Psicologia de vida


A felicidade é um problema
individual. Aqui, nenhum conselho é válido.
Cada um deve procurar, por si,
tornar-se feliz.

Sigmund
Freud


terça-feira, 5 de junho de 2012

Família é prato que se come QUENTE!






sapo de chocolate!  


Gente, já imaginou seu marido servido ao alho e óleo?Brincadeirinha, mas o texto abaixo, vale a pena, apesar de um pouco longo, nos faz olhar com doçura para nossa família, ao olharmos para o lado, a família do vizinho... pode ser intragável! Mas as vezes, engolir sapos pode não ser tão ruim, em família...
Suely Martins











"FAMÍLIA"

Trechos do livro "O Arroz de Palma" de Francisco Azevedo.
Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema...Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir...Mas a vida... sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente...Já estão aí? Todos? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza. Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa. Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Manière; Família ao Molho Pardo (em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria). Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito. Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro.
Aproveite ao máximo.

Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.

domingo, 3 de junho de 2012

Cuidado com o Príncipe Encantado...


"Adoro histórias, são ótimas para crianças, adultos, enfim todos  que gostam de refletir sobre o mundo, as pessoas, a vida. Muitas mulheres ainda esperam pelo Príncipe Encantado, mas , cuidado, se é encantado, algo pode dar errado."                                                                                 Suely  Martins

A Lenda do Príncipe

Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem.” [Friedrich Nietzsche]
Dizem por aí…
Que uma certa mulher chamada Lingua Perversa não queria ter o mesmo destino de todas as mulheres de sua familia, de ser uma bruxa sozinha, rancorosa e vingativa. Queria ela ter uma vida tranquila de camponesa em que as únicas utilidades da vassoura seriam de varrer a poeira e espantar visitas indesejáveis.
Para tal destino não falhar, o namorado camponês já estava devidamente enlaçado. Homem simples, trabalhador do campo, justo, honesto e seguidor das doutrinas da igreja. Casamento marcado e ela logo tratou de fazer amizade com outras camponesas para habituar-se as rotinas da vida no campo.
Simpáticas e acolhedoras, elas conquistaram a confiança da novata camponesa e as mesmas ajudaram a arrumar tudo para o casamento. Vestido, enfeites, lista de convidados e até mesmo a roupa do futuro marido. Dia do casório, igreja cheia e a pontualidade da noiva só é traída pelo atraso inesperado do quase-marido e uma carta do mesmo contando que fugira com seu verdadeiro amor, a filha da costureira do seu terno.
Lingua-Perversa rasgou o campo em direçao a casa do ex-futuro-marido. Arrancou os excessos do vestido e se desfez do penteado e maquiagem com as próprias mãos. Entrou na casa que pegou fogo quase que instantaneamente enquanto ela saia voando em uma vassoura parcialmente em chamas deixando um rastro do seu caminho no céu.
A aterrissagem foi em um pantâno hostil e tenebroso, cheio de sapos. Rodeada por eles, Lingua Perversa soltou um feitiço transformando todos os sapos em homens educados, gentis, cavalheiros, cultos e elegantes que receberam o nome de principes e foram espalhados por todos os cantos do mundo. Então, ela pronunciou as últimas palavras que selaram o feitiço.
“Para o feitiço se quebrar, uma moça por vos deve se apaixonar e quando o comprometimento chegar, a sua forma de sapo voltará.
"Histórias roubadas"-Roberto Palazo.

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