Psicologia de vida


A felicidade é um problema
individual. Aqui, nenhum conselho é válido.
Cada um deve procurar, por si,
tornar-se feliz.

Sigmund
Freud


quinta-feira, 1 de março de 2012

Você acredita na Psicologia?


Mesmo com toda a informação disponível ainda há um grupo expressivo de pessoas que chegam aos consultórios de Psicologia desacreditando do trabalho e da eficiência da mesma.

Não quero sair em defesa da Psicologia e adotar tons ríspidos neste texto. Porque tenho certeza da propriedade da mesma enquanto ciência e da fidedignidade dos seus métodos, técnicas e abordagens.

Tenho observado um movimento isolado de alguns profissionais da saúde que precisam difamar a Psicologia para não revelar a sua ineficiência enquanto profissionais. O objetivo deste texto não será o de menosprezar nenhum profissional. Pois acredito ter nas mãos um problema mais ético que técnico.

E ética como muitos pensam não se aprende na Universidade. É uma questão de banco de vida, se aprende com os pais. Enfim, o que quero deixar "claro" é que todos nós temos o direito de duvidar de tudo o que a sociedade nos dispõe enquanto ciências, crenças, etc.

Fora isso é desrespeitoso e denota preconceito sair difamando um segmento da ciência de forma despropositada. Não me parece inteligente atacar o que se desconhece. Mas é direito de todo cidadão não aceitar, não validar, não acreditar nos mecanismos de cura que dispõe a sua cultura, o seu tempo.

A Psicologia é uma ciência que se mostra em construção, mas nem por isso solta e incoerente. O que temos disponível na literatura, em instrumental teórico se encontra perfeitamente validado e reconhecido por instituições como Conselho Federal e Regional de Psicologia, dentre outros. Este segmento profissional é o mais interessado em romper paradigmas e repensar a sua prática, seus instrumentos, suas técnicas, seus profissionais.

Faço votos de que dias mais tolerantes, respeitosos e fraternos surjam para todos nós acreditando ou não, isso é o de menos. Mas respeitando, sempre!

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...Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas Lutamos para que o melhor fosse feito !!!... (Martin Luther King)


Por: Daniele Pereira de Souza - Psicóloga

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Educando para a vida - Parte III


O PODER DOS PEQUENINOS

Nenhum psicólogo pode resolver problemas que apenas têm a ver com falta de regras e deficiente educação.


Quem trabalha com crianças sabe imediatamente do que estou a falar porque diariamente assiste a situações destas. Em algumas famílias o poder está nas mãos das criancinhas e os pais parecem encolher os ombros numa atitude de completa impotência. Vemos que, desde tenra idade, os petizes (pequenos) põem e dispõem a seu belo prazer. Não é incomum ouvir-se que os pais de que não podem dar a medicação prescrita pelo médico porque a criança não quer, ou porque faz uma birra que o impede.

As queixas dos pais são do mais variado que há. Existem aqueles que não conseguem que os filhos durmam no seu próprio quarto, os outros que se vêem obrigados a comer constantemente fastfood, etc, etc. Em desespero de causa recorrem aos psicólogos.

Move-os a esperança de que o técnico lhe dê uma poção mágica que resolva de imediato a situação ou que, em alternativa, lhes diga que o filho sofre de uma maleita (doença) qualquer que justifique o seu comportamento.

Hiperactivos … ou mal educados ? …

O que mais está na moda é acharem que as crianças são todas hiperactivas! Ao colocar-se esse rótulo, desculpabilizam-se os pais que podem então encolher ainda mais os ombros, ao mesmo tempo que lamentam a má sorte que os levou a gerarem um filho com um problema deste tipo.
O azar (ou sorte) é que o Transtorno de Défice de Atenção e Hiperactividade não é tão comum como se pensa e o diagnóstico obedece a critérios muito precisos. Assim, o que acontece com frequência é que o comportamento das crianças não se deve a nenhuma patologia mental, mas sim à falta de regras que depois resvala em atitudes de má educação.

Obviamente que se comportam pior quando estão na presença dos pais, o que conduz a situações muito incómodas. Gritam, esperneiam, dizem palavrões, mexem em tudo, dão pontapés nas portas...Os pais tentam em vão travá-los por todos os meios mas, claro está que é tarde, já que a educação de base é dada em casa.

A educação tem de ser um processo contínuo

Os pequenos teimam em não obedecer (até porque não estão habituados a isso) e seguem-se as tradicionais palmadas e os habituais choros e gritos estridentes. Muitos pais, ao serem confrontados referem que as suas actividades profissionais os impedem de estar com os filhos e que, por isso mesmo, não querem manchar o convívio com repreensões e castigos.
Chegam a colocar a responsabilidade nos avós porque são eles que estão mais tempo com os netos e que, por isso mesmo, lhes deveriam ditar regras de conduta. É, de facto, uma nova maneira de viver a parentalidade, já que parece haver uma tendência para a desresponsabilização.

O tradicional papel de pai como figura de autoridade que as crianças se habituavam a respeitar, deu lugar ao pai-amigo que evita desempenhar o papel de “mau da fita” e, por isso mesmo, coloca a responsabilidade da educação dos filhos ou na escola, ou nos avós. Quando nem um nem outro funciona, assume-se que a criança tem um problema do foro mental e então há que procurar o psicólogo.

Detectado o foco da questão, quando confrontados, os pais adoptam um de dois tipos de atitude, ou se sentem altamente culpados e decidem esforçar-se por mudar, ou então negam a realidade, assumem que o psicólogo não está a ser eficiente e procuram outro técnico. Tudo isto é grave se pensarmos que são estas crianças que foram as novas gerações. Espera-nos então uma sociedade em que os adultos não têm regras e são incapazes de resistir a frustrações ?

Teresa Paula Marques
Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Infantil
fonte: http://www.teresapaulamarques.com/ 

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Os jovens e a violência nos dias atuais!


A violência entre jovens


26-JUL-2010
Artigo  publicado em 26/07/2010 no JORNAL DE BRASILIA

Saulo Santiago

A juventude de hoje está imersa em um caldo de cultura que valoriza a conquista do sucesso a qualquer custo. Em uma sociedade caracterizada pela vulgarização da violência, coexistem fatores que influenciam rapazes e moças a cometer, sofrer ou testemunhar atos de violência física ou moral. Prolifera nos educandários de diferentes níveis de ensino a prática do bullying, dos trotes vexatórios e das brigas entre grupos de escolares de diferentes escolas.

O bullying pode ser definido como "atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente, praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e angústia". Segundo psicólogos estudiosos do assunto, a adolescência é período da autoafirmação, do culto da virilidade e do predomínio da opinião do grupo sobre a vontade do indivíduo. É a fase em que os jovens adolescentes de ambos os sexos procuram exibir-se perante seus colegas ou amigos, praticando atos duvidosos ou de flagrante agressividade. Estudiosos da matéria afirmam que os agressores têm geralmente personalidades autoritárias, combinadas com forte necessidade de controlar ou dominar seus semelhantes.
Há cerca de três anos, importante estudo realizado por entidade estatal em parceria com órgão da Organização Mundial da Saúde, desmistificou algumas das causas usualmente apontadas da violência infanto-juvenil no Distrito Federal. Pesquisa realizada com mais de mil jovens do DF, apontou, por ordem de importância, os principais fatores determinantes da violência interpessoal entre os jovens de nossas cidades e setores, incluindo o Plano Piloto. Em primeiro lugar, o estudo aponta o fator pessoal como o mais importante gerador da violência. Os fatores comportamentais de ordem pessoal que mais influenciam os jovens a cometer atos de violência física contra alguém são: utilização de arma de fogo; porte de arma de fogo; uso de cocaína e de outras drogas ilícitas; indivíduo de sexo masculino como agente da agressão; uso abusivo de bebida alcoólica; falta de referência pessoal, pois a ausência de um modelo positivo no qual o jovem poderia se espelhar, muitas vezes propicia a atitude agressiva.
Existe ainda o fator familiar. A ausência da figura do pai e a concentração afetiva na figura da mãe deixa o jovem sem o referencial paterno. A mãe simboliza o amor; o pai, a ordem e o respeito à lei. Com ele ausente no quotidiano do lar, o jovem tende a substituir a figura paterna por outras e, na pior das hipóteses, por marginais que convivem com ele na comunidade. A pesquisa revelou que a educação é um dos melhores antídotos contra a violência. A reprovação escolar aumenta a propensão de o jovem tornar-se violento. Para cada ano de reprovação adicional, aumentam as chances de o repetente transformar-se em pessoa violenta. A sociedade civil e o Estado têm que se unir para minimizar a violência entre os jovens. Família, Escola, Mídia e Comunidade Organizada necessitam articular-se.
*Saulo Santiago, Presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Brasília.

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